Tirantes
O Tirante é um elemento especial da engenharia projetado para suportar esforços de tração, notadamente nas obras de muros de contenção, estabilização de taludes e encostas, fixação de estruturas espaciais e etc. O Tirante se caracteriza pela introdução de um elemento de aço no solo, através de uma perfuração de pequeno diâmetro, ancorado no terreno por injeção de nata de cimento sob pressão, com utilização de válvulas manchete. A formação do bulbo de ancoragem ocorre no trecho do furo fora da cunha de ruptura do solo. O tirante pode ser dividido em três partes principais:
- Bulbo de Ancoragem: É o trecho mais profundo do Tirante, projetado para transmitir a carga aplicada ao terreno;
- Trecho Livre: É o trecho entre a Cabeça do Tirante e o ponto inicial do Bulbo de Ancoragem. Neste trecho, que fica dentro da cunha de ruptura, o aço trabalha livre;
- Cabeça do Tirante: É o dispositivo que transfere a carga do tirante para a estrutura a ser ancorada.
O dimensionamento do bulbo de ancoragem deve ser feito, preliminarmente, por métodos empíricos, e ajustados através de ensaios básicos e de qualificação. O centro da ancoragem deverá ser colocado sobre, ou além, da superfície de deslizamento determinada por um método consagrado da mecânica dos solos. Os tirantes devem ser dimensionados para trabalhar de forma permanente, ou provisória, onde é prevista sua atuação por um prazo máximo de dois anos. Quanto aos elementos de tração, normalmente são utilizadas monobarras ou uma composição de cordoalhas.
Grampos
Os Grampos, também conhecidos como Chumbadores, são elementos de tração de ação passiva utilizados em paredes de contenção.
Capazes de suportar cargas de pequena magnitude, são utilizados em contenções de pequeno porte. Por serem elementos de tração que atuam de forma passiva, os Grampos necessitam que haja deslocamento da cortina para que comecem a trabalhar. Este fato inviabiliza seu uso
em contenções onde haja edificações contiguas.
Ensaio e proteção
de tirantes
Como os tirantes são ancoragem ativas, ou seja, aplicam carga na contenção antes de serem solicitados, é necessário que, após sua execução e antes
da escavação seja feita a protensão. A carga de ancoragem dos tirantes varia, de acordo com as características do projeto, entre 70% e 100% da carga de trabalho. No entanto, antes de ancorados, todos os tirantes passam pelo ensaio de recebimento, em que são submetidos a ensaios que variam de 120% a 175% da carga de trabalho de acordo com suas características.
Caso algum tirante não suporte a carga prevista nos ensaios, ele deve ser re-injetado e os tirantes próximos terão seu critério de ensaio aumentado.
Estaca geositu
A Estaca Geositu, criada pelos técnicos da TECNORD é destinada a obras de contenção onde haja presença de lençol freático ou de solo de alta resistência, que não permita a perfuração manual. A perfuração é feita de maneira semelhante à da Estaca Raiz, assim como o enchimento, que é feito de forma ascendente e com utilização de argamassa. No entanto, por se tratar de uma estaca de contenção, a quantidade de cimento utilizada é menor e os “golpes de pressão”, essenciais na Estaca Raiz, não são executados. Desta forma, a integridade das edificações vizinhas é preservada e a forma do fuste fica mais regular.